domingo, 16 de outubro de 2011

Como linha de tricô



Então tá...
Bloqueou a estrada que me levava até você.
Dei meia volta e segui por onde acreditei que encontraria o que me fizesse bem.
Sobrevive. Gostei do que encontrei.
Distrai-me, mas percebi que de algum modo ainda permanece aqui.
Mesmo sem eu querer...
Mesmo sem você merecer.
Situação delicada: esquecer o que parte ainda não se desligou.

Queria ter coisas boas pra falar, como das brincadeiras debaixo do chuveiro.
Sinto só um pouquinho de saudade, mas o tempo todo.
Então, me diz se já não é maldade?

Anda, vai logo. Pegue um casaco.
Porque sabe que de moto quase sempre o tempo todo faz frio
E vamos fazer como naquele dia em que tudo era graça
Até mesmo nos perdemos no caminho de volta para a sua casa.

A diferença é que quando nos perdemos separadamente a distância machuca.
Então deixa disso vai.
Deixa de ser marruda.
Porque desde sempre percebi que sua razão não tinha razão de nada.
Nem mesmo de me empurrar para fora de sua estrada.

Então por que não me conta se está feliz?
Porque só assim saberei que fez a melhor escolha pra você.
E isso me ajudará a permanecer seguindo, sem interferir em seu caminho.

Estou tentando, mas não estou conseguindo achar a sequência de notas que soe o que estou sentindo.
Será melancolia demais? Ou apenas uma falta sem sentido que você me faz?

Melhor ir dormir. Porque não consigo escrever nada além disso.
Até começo com uma ideia alegre.
Mas, se falo de sorvete, ele derrete antes de eu consumi-lo.
Se falo de um dia de sol, a tarde termina em tempestade.

Meus pensamentos estão em declínio.
Sonhei com você de novo e passo o dia inteiro me perguntando o porquê.
Vou dormir sem resposta. E ao acordar percebo que a encontrei em sonho novamente.
Tormento, tormento, tormento
Encontrá-la assim, sem explicação.

Você não se foi do mesmo modo como chegou.
Achei que fomos traçando algo como uma linha de tricô, na confecção de um casaco.
Na verdade foi isso mesmo.
Uma linha que você puxou, a enrolou novamente e devolveu ao cesto.