quarta-feira, 22 de agosto de 2012

Uma noite com Tom Zé



Ontem, com um sono quase que embalado pelo motorzinho de minha dentista e pós duas anestesias, despertei e me enchi de coragem, e de entusiasmo, só em pensar que minutos depois poderia estar frente a frente com Tom Zé. Isso mesmo, você não está enganado, com Tom Zé, a lenda viva que marcou o Brasil com a Tropicália e nos comove desde sempre com sua tamanha genialidade.
Bom, para quem está mergulhada em dois livros sobre o Tropicalismo, nem precisa dizer que estar perto de um dos principais personagens do movimento foi um dos momentos mais fascinantes de minha, ainda, curta vida. Senti-me um discípulo frente ao seu mestre e prestes a um orgasmo Cult.
O bate papo, realizado no Espaço da Revista Cult, na Vila Madalena, foi mediado pelo jornalista Marcus Preto, da Folha de S.Paulo, que vez ou outra repetia o que os convidados perguntavam a Tom, já com a audição não tão boa. Inquieto, Tom mal conseguia ficar sentado, queria gesticular e falar mais abertamente para as cerca de 50 pessoas, entre integrantes de bandas e jornalistas, que preenchiam a sala espalhados pelo chão, sentados ou em pé, intrinsecamente ligados e atentos a tudo que Tom dizia.

Ao entrar na sala, por volta das 20h35, eu não sabia se tirava foto, filmava ou gravava o que o mito de Irará contava. Então fiz de tudo um pouco para registrar aquele bate-papo que se tornava quase um monólogo. Tom Zé dava explicações de seu novo trabalho, Lixo Lógico, através da semiótica. Dizia humildemente que tinha certa facilidade de fazer música e que mesmo com seus bem vividos 75 anos ainda era capaz de aprender. “Décio foi a pessoa que me apresentou o mundo que a gente vive. Aquele livro ‘Informação, Linguagem e Comunicação’, todo o dia eu tô lá pra saber alguma coisa que esqueci”, relata.
Caetano foi citado inúmeras vezes, uma delas quando Tom reproduziu: “Tropicália é coisa de Tom Zé”. E para quem pensa que o Tropicalismo foi apenas um movimento musical: Antes dele, homem nenhum usava roupas amarela, vermelha ou rosa. “A Tropicália e até a Bossa Nova trouxeram um pouco de ‘feminilização’ aos homens”, conclui Tom Zé.
O carinho com que citava Neusa, sua esposa, era envolvente. E, olha que ela não é o tipo de mulher passiva, talvez por isso o amor dele por ela. “Se eu fazia algo meia boca, ela dizia que não era digno de mim, então, que fizesse de novo.
Entre brincadeiras, sorrisos e calorosos abraços e beijos o bate-papo foi encerrado. Tom Zé fez uma sessão de autógrafos e pousava divertidamente para fotos com seus discípulos e admiradores.


Ouça aqui 3 músicas do novo CD, Lixo Lógico.

Gostou? Então compre o CD autografado pelo e-mail: 1bibi@uol.com.br.

Beijos tropicais,



Nenhum comentário:

Postar um comentário